quarta-feira, 19 de novembro de 2008

É compreensível em nossa época, a atenção dada aos dados epidemiológicos acerca da AIDS, uma doença existente no mundo inteiro e que atinge milhões de pessoas, independente de sexo biológico, identidade de gênero, orientação sexual, raça/etnia ou classe social. Desestigmatizar os inúmeros mitos da doença além de um desafio é um compromisso para tornar melhor a vida de nossa sociedade, promovendo a cidadania dos portadores e um avanço para a descoberta da cura.

Nesse sentido, os recursos são investidos para que toda a população tenha acesso à medicamentos e pesquisas, entretanto, é sabido que o segmento das mulheres lésbicas, bissexuais e pela invisibilidade de suas demandas, não são abrangidas pelas políticas públicas de combate à AIDS, implicando desperdícios de recursos com atenção à saúde e baixa eficácia no tratamento efetivo de suas necessidades.

Após o lançamento do Dossiê “Saúde das Mulheres Lésbicas: Promoção da eqüidade e da integralidade” pela Rede Feminista de Saúde, vieram à tona, informações que até então eram totalmente desconhecidas pelo próprio Movimento GLBT, as questões sobre saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais, sempre se mantiveram à margem dos estudos, por não pertencer às categorias reprodutivas da sociedade. Portanto, na medida em que as reivindicações dos direitos sexuais não-reprodutivos, integram-se como parte dos direitos humanos das mulheres, sendo compreendidas como argumento que dá suporte às Lésbicas, suas especificidades vêm ganhando, nos últimos anos, apoios de diferentes atores e atrizes sociais (feministas, militantes lésbicas, técnicos de agências governamentais, como Ministério da Saúde e o da justiça)

No entanto ainda sofremos uma carência de informações para estimar o tamanho da população homossexual feminina, conhecer aspectos relacionados a crenças, atitudes e práticas vinculadas à saúde e à sexualidade, o que torna difícil a identificação das demandas como ponto de partida para a formulação de políticas públicas. Então para este projeto utilizamos como ponto de partida, informações de nossas reuniões com mulheres da cidade, dados coletados através de entrevistas pessoais e conversas informais, como também contribuições essenciais do Grupo de Mulheres Felipa de Sousa, organização pioneira neste tipo de projeto que permitiu inclusive o acesso ao material pesquisado e a utilização do Projeto “Espelho de Mim” como fonte.



“Difícil época a nossa em que se torna mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito”
Albert Einstein

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